Por muitos anos, Natal era mais do que uma reunião familiar
e de amigos. Por anos passei o Natal afastado da pessoa que eu mais amo no
mundo, mas cercado por tantas outras que me adoravam igual.
Com o meu pai falecido e minha mãe trabalhando em comercio
(e nessa época sempre até muito tarde), quando eu entrava de férias da escola,
imediatamente eu ia para a casa de minha tia em Itajaí – SC. Era de praxe eu
pegar a minha última nota da escola e ir com a minha mãe até a rodoviária para
comprar as passagens.
Na minha tia, o ritual era completo! Montar a árvore,
escolher o presente, escrever a cartinha do papei noel, ver um presente mais
legar, trocar a cartinha, depois outros presente, mais uma cartinha e assim,
passávamos (eu e minhas primas) dias nesse “Corre-Corre” para a escolha dos
presentes.
Quando chegava o dia 24, a correria era maior ainda...
Passávamos o dia na piscina, ou na rua. As 18h minha tia saia feito louca
chamando a gente para se arrumar para a chegada do Papai Noel, que quase parava
a rua para levar os presentes de todas as crianças.
Um dia a gente começa a crescer e a prestar um pouco mais de
atenção nas coisas. Eu posso dizer que sempre fui uma pessoa atenta a tudo o
que acontecia em volta e sempre fui muito observador.
Assim, como todos os anos, estávamos reunidos na sala e o
Papai Noel entregando todos os presentes. Lá pelas tantas o tal Papi Noel
tropeça no disfarce: “E esse presente é o do Mordomia!” – Péra, o Papai Noel
disse mordomia? Mas só existe uma pessoa no mundo que chama o meu avó de
Mordomia. “Ei, o Papai Noel é o tio Paixão!”- Sim, naquele momento acabei com a
graça do Papei Noel na casa da minha tia. Descobri que o Edson era o bom
velhinho que vinha entregar os presentes.
E todo esse ritual só estaria completo se mais um fosse
cumprido, ficar na frente da tv para assistir ao Especial de Natal da Xuxa. Era
sempre festa pra saber qual seria a história daquele ano.
Mas aí a gente cresce, descobre que realmente Papai Noel não
existe, começa a ter outras responsabilidades e de vez em quando recebe uns
presentes de Natal que é difícil aceitar com aquele mesmo sorriso no rosto de
quando recebíamos os presentes quando criança!
Hoje, só posso desejar a todos um Natal divino e que a
estrela guia, que levou os três reis magos até a manjedoura de jesus, possa
guiar meus caminhos para que eu tenha força e fé.
Feliz Natal e que o menino Jesus posso tocar no coração de
cada um e trazer paz, amor, felicidade e tantas outras coisas boas.
“Quem é que nunca pediu
Por um mondo diferente?”