Aquela semana tinha sido bem puxada pra Ele. Reuniões,
relatórios, visita dos pais, compromissos com amigos, aniversário, consulta
médica e uma discussão com a vizinha por causa do cachorro dela que passou a
noite latindo, parecia que estavam matando o pobre do animal.
Tudo o que Ele queria era acabar a semana. Queria encontrar
os amigos, sair pra comer alguma coisa, beber uma cerveja, jogar conversa fora,
esticar a noite numa baladinha e dançar até de manhã.
No grupo de conversa do WhatsApp, armou o cenário perfeito.
Sairia do escritório mais cedo e passaria em casa para deixar suas coisas. Um
banho rápido, uma roupa bacana, um tapa no cabelo muito perfume e pronto. Ele
já podia começar a curtir o final de semana.
“Já estou pronto! Vou pedir o taxi e espero vocês no bar”
Enviar. “Beleza! Enquanto isso já pego uma mesa pra gente!” Enviar. “Porra! Mas
vê se não demora! Odeio ficar no bar sozinho!” Enviar.
Em dez minutos, o taxi já estava na porta do seu prédio e
mais 15 ele já entrava no bar pedindo uma mesa pra 6 pessoas, mesmo apenas 3
amigos tendo confirmado a programação que ele sugerira mais cedo.
Não demorou muito para os amigos começarem a chegar. Um
balde com 3 cervejas e 4 copos, por favor! Obrigado! Hey, vamos comer alguma
coisa? Tô com fome! Essa semana foi puxada. Preciso dar uma despirocada na
vida, porque tá punk. Daqui a pouco vou pirar.
Ele, Mauro, Felipe e Caio acabaram pedindo apenas petiscos.
Uma taboa de frios e um Mix de Carne na Chapa. Tudo estava tão bom e eles com
tanta fome, que acabaram pedindo mais um de cada. A cerveja não faltou. Mal
abriam a última garrafa do balde e já pediam mais três.
Os celulares não paravam de tocar. A cada novo pedido feito,
um dos meninos tirava uma foto e postava no grupo. Todos riam e comentavam a
falta do outros integrantes. Queriam que todos estivessem juntos. Achavam que
com as fotos, os outros meninos podiam ficar com vontade e acabar aparecendo no
bar.
Algumas fotos e mensagens depois, Felipe foi ao banheiro.
Longe dos meninos, pegou o celular do bolso. WhatsApp. Contatos. André. “Poxa,
jurava que você fosse aparecer aqui!” Enviar. “Ah, não precisa ir pra balada
com a gente. Só passa aqui no bar, toma um cerveja e pronto! Não custa, vai?”
Enviar. “Ebaaa... Tá! Vou voltar pro bar.” Enviar.
Todos da mesa comentaram e riram da demora de Felipe no
banheiro. Devia estar fazendo número dois. Rio o Caio. Ou foi fazer banheirão.
Falou o Mauro. Ele riu e comentou como era mais fácil e vida dos gays nesse
sentido. Uai, porque não experimenta. Se quiser, a gente pode ir lá no banheiro
pra você ver como funciona, disse o Mauro.
Caio e Felipe se levantaram para ir fumar. Enquanto estavam
na porta do bar, Caio abre os braços e solta um sonoro “Não acredito que ele
veio”. Felipe olha pra trás e abre o seu melhor sorriso. André acabara de
chegar. Camiseta polo, calça jeans, sapatênis, cabelo arrumado e muito
perfumado. Qual a balada hoje?
Os três entraram no bar. Ele e Mauro não acreditaram no que
viram. O mais preguiçoso do grupo estava diante deles, todo arrumadinho, pronto
pra balada. Mais três cervejas e um copo, por favor!
André acompanha os meninos na cerveja. Como estava em casa,
já tinha comido, estava sem fome. Já está quase na hora de ir pra balada. Todos
começam a se arrumar. Ele pede a conta. André se levanta para ir ao banheiro e
é seguido por Felipe. Meu, nem acredito que você veio mesmo. Ué, você me pediu
pra vir e eu vim. André ganhou um belo beijo de Felipe. A noite prometia ser
fantástica.
“Silver moon's sparkling
So kiss me...”
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