terça-feira, 1 de abril de 2014

Kiss Me - Sixpence None The Richer

Aquela semana tinha sido bem puxada pra Ele. Reuniões, relatórios, visita dos pais, compromissos com amigos, aniversário, consulta médica e uma discussão com a vizinha por causa do cachorro dela que passou a noite latindo, parecia que estavam matando o pobre do animal.

Tudo o que Ele queria era acabar a semana. Queria encontrar os amigos, sair pra comer alguma coisa, beber uma cerveja, jogar conversa fora, esticar a noite numa baladinha e dançar até de manhã.

No grupo de conversa do WhatsApp, armou o cenário perfeito. Sairia do escritório mais cedo e passaria em casa para deixar suas coisas. Um banho rápido, uma roupa bacana, um tapa no cabelo muito perfume e pronto. Ele já podia começar a curtir o final de semana.

“Já estou pronto! Vou pedir o taxi e espero vocês no bar” Enviar. “Beleza! Enquanto isso já pego uma mesa pra gente!” Enviar. “Porra! Mas vê se não demora! Odeio ficar no bar sozinho!” Enviar.

Em dez minutos, o taxi já estava na porta do seu prédio e mais 15 ele já entrava no bar pedindo uma mesa pra 6 pessoas, mesmo apenas 3 amigos tendo confirmado a programação que ele sugerira mais cedo.

Não demorou muito para os amigos começarem a chegar. Um balde com 3 cervejas e 4 copos, por favor! Obrigado! Hey, vamos comer alguma coisa? Tô com fome! Essa semana foi puxada. Preciso dar uma despirocada na vida, porque tá punk. Daqui a pouco vou pirar.

Ele, Mauro, Felipe e Caio acabaram pedindo apenas petiscos. Uma taboa de frios e um Mix de Carne na Chapa. Tudo estava tão bom e eles com tanta fome, que acabaram pedindo mais um de cada. A cerveja não faltou. Mal abriam a última garrafa do balde e já pediam mais três.

Os celulares não paravam de tocar. A cada novo pedido feito, um dos meninos tirava uma foto e postava no grupo. Todos riam e comentavam a falta do outros integrantes. Queriam que todos estivessem juntos. Achavam que com as fotos, os outros meninos podiam ficar com vontade e acabar aparecendo no bar.

Algumas fotos e mensagens depois, Felipe foi ao banheiro. Longe dos meninos, pegou o celular do bolso. WhatsApp. Contatos. André. “Poxa, jurava que você fosse aparecer aqui!” Enviar. “Ah, não precisa ir pra balada com a gente. Só passa aqui no bar, toma um cerveja e pronto! Não custa, vai?” Enviar. “Ebaaa... Tá! Vou voltar pro bar.” Enviar.

Todos da mesa comentaram e riram da demora de Felipe no banheiro. Devia estar fazendo número dois. Rio o Caio. Ou foi fazer banheirão. Falou o Mauro. Ele riu e comentou como era mais fácil e vida dos gays nesse sentido. Uai, porque não experimenta. Se quiser, a gente pode ir lá no banheiro pra você ver como funciona, disse o Mauro.

Caio e Felipe se levantaram para ir fumar. Enquanto estavam na porta do bar, Caio abre os braços e solta um sonoro “Não acredito que ele veio”. Felipe olha pra trás e abre o seu melhor sorriso. André acabara de chegar. Camiseta polo, calça jeans, sapatênis, cabelo arrumado e muito perfumado. Qual a balada hoje?

Os três entraram no bar. Ele e Mauro não acreditaram no que viram. O mais preguiçoso do grupo estava diante deles, todo arrumadinho, pronto pra balada. Mais três cervejas e um copo, por favor!

André acompanha os meninos na cerveja. Como estava em casa, já tinha comido, estava sem fome. Já está quase na hora de ir pra balada. Todos começam a se arrumar. Ele pede a conta. André se levanta para ir ao banheiro e é seguido por Felipe. Meu, nem acredito que você veio mesmo. Ué, você me pediu pra vir e eu vim. André ganhou um belo beijo de Felipe. A noite prometia ser fantástica.

“Silver moon's sparkling
So kiss me...”

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