quinta-feira, 27 de março de 2014

Soneto do teu corpo – Paulinho Moska

Hoje, ao acordar, abri os olhos e olhei fixamente pro teto do meu apartamento. Fiquei olhando por menos de um minuto, bem menos, uns quinze segundos no máximo. Me virei pro lado direito e olhei fixamente a parede, uns 2 ou 3 segundos, e fechei os olhos de novo. Mordi meu lábio e nesse exato momento, senti como se eu tivesse sentindo o cheiro do seu perfume, o que me fez abrir os olhos no mesmo instante. Por uma fração de segundos era como se eu não estivesse na minha casa, muito menos na minha cama.

A sua cama é diferente, o colchão é diferente, o travesseiro é diferente e lá, ah, lá na sua cama tem seu cheiro, tem você, tem minha vontade maluca de te acordar beijando cada parte do teu corpo e tem um desejo enorme de te fazer sentir desejo por mim, mesmo sabendo que isso está errado.

Na minha cama penso no seu corpo e em como eu já conheço bem cada canto dele. Não, não era pra eu conhece-lo tão bem, mas estamos falando de você e o que é que eu não sei de você? Sei tanto, que as vezes eu acho que sei até sobre as suas mentiras. Vejo e percebo quando o não quer dizer sim, quando o sim quer dizer não, quando a indiferença quer dizer desejo. As vezes acho que te conheço mais do que a mim mesmo.

Seu corpo é a estrada que eu queria viajar sem rumo e sem hora pra chegar. Pra que estabelecer um destino se eu posso perfeitamente me perder em algum lugar entre sua coxa e seu peito, entre seu peito e seu braço ou entre seu braço e suas costas? Me perder! Queria me perder e nunca me achar. Podia me esquecer por lá. Caminhar pela suas pernas e aterrissar em seus pés, voar pelo seu peito e beijar sua boca ou mergulhar em suas costas e só respirar quando chegar em sua panturrilha.


Como diz a música, juro beijar seu corpo sem descanso como quem sai sem rumo pra viagem... seu corpo é a viagem que queria viajar, mas o querer não vale só pra um lado. Se não tem estrada não tem caminhada, se não tem piscina não tem mergulho, se nada disso existe, também não existe destino, qualquer que seja ele. Desfaço a mala, escolho minha roupa, tomo um banho, um café forte, me olho no espelho, é tá bom assim, tenha um bom dia. Em algum momento entre hoje e amanhã você vai querer escrever sobre isso, faz assim, usa a música do Paulinho Moska como “Música do Dia”.



“Línguas de Lua varrem tua nuca
Línguas de Sol percorrem tuas ruas...”

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