Perder o marido e companheiro quando se tem um filho prestes
a fazer 3 anos de idade, não é o que nenhuma mulher deseja, mas foi o que o
destino aprontou para aqui em casa.
Era setembro de 1986, quando minha mãe recebeu a notícia do
falecimento de meu pai. No dia 10 do mês seguinte, eu faria 3 anos.
Lembro-me de ouvir essa história algumas vezes, e tanto a
história, quanto a música me marcaram muito.
Após o enterro de meu pai, você me deixou brincando e foi
tomar banho. No rádio um vizinho ouvia “A majestade o Sabiá”.
Por ironia daquele mesmo destino que tirou meu pai, vejo na
letra aquele baixinho barrigudo no refrão que diz: “Ah! tô indo agora prá um lugar todinho meu!
Quero uma rede preguiçosa
prá deitar!
Em minha volta sinfonia de pardais,
cantando para a majestade, o
sabiá”
Das poucas histórias que sei, tenho quase certeza que era
bem o meu pai que estava alí, tentando te acalentar.
A partir daí, sua vida mudou, era só você e eu. Agora somos
só você e eu!
As vezes penso que queria tanto ser aquele filho que você
sempre sonhou. Aquele administrador com formação em Comercio Exterior, tendo
construído a família que você sempre quis pra mim, e que hoje no dia das mãe, o
almoço fosse em algum lugar com sua nora e seu neto!
Desculpa por não ser assim. Só posso te dizer que te amo,
apesar de as vezes não demonstrar do jeito que devia, por muitas vezes, te deixar
de cabelo em pé, preocupada e te fazer ficar algumas noites em claro.
Desculpa!
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