quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

O Ultimo Grão – Isabella Taviani

Hoje acordei pensando no meu último ano.

Há um ano, depois de quase dois de terapia e quase dois meses de namoro, consegui tirar todas as minhas máscaras, sentar com a minha mãe e assumir o que sou. Foram muitas lágrimas, minhas e dela, foi uma noite sem dormir, foram alguns dias sem nos falar, mas depois veio o alívio.

Nem imagino o choque de se ter um filho assumindo sua vida, dever ter a mesma intensidade da angustia de se esconder atrás de uma máscara, só pra não chocar a família e não ser motivo de fofocas e olhos tortos, mas o pior ainda estava por vir...

Sempre ouvi que praga de mãe pega. Bom, tenho um grande motivo pra ter certeza disso. No meio da nossa conversa, depois de ter dado toda a ficha de Como, Quando, Onde e Porque, ouvi sem resposta minha mãe: “Você está sendo iludido! Aposto que em três meses, você vai chorar porque foi deixado pra trás!”

Pois é mãe... Não foram três meses não! Não deu tempo de chegar aos noventa dias. Foi antes! Bem antes... Aliás, na ponta do lápis não chegamos nem dos dois meses. Nem sessenta dias de relacionamento sério. Mas espera! Porque foi tão intenso? Porque essa sensação de que durou muito mais?

Um ano depois, penso que todo aconteceu da maneira que aconteceu, porque tínhamos que crescer! Vejo aqueles dias como escada pro que sou.

Hoje consigo ver algumas coisas com outros olhos! Sem cobrar de mim e do outro. Hoje consigo saber o que eu quero e como eu quero. Melhor do que isso, consigo ter a calma para conhecer as pessoas que estão ao meu lado! Consigo me entregar ao “jogo” de conquistar e ser conquistado. E com isso vou vivendo a vida a cada dia, sem pressa e, principalmente, tendo a certeza que todo o meu passado ficou lá atrás, exatamente onde devia estar, sem me assombrar ou me deixar com medo!

Alô Futuro, estou chegando com vontade de passar por você feito um furação e te transformar em um ótimo passado!


“Eu e você podia ser,
Mas o vendo mudou a direção!"

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